Sándor Márai - As Velas Ardem Até ao Fim

"O instinto,esse mistério,esse sexto sentido que é mais refinado e preciso que o olfacto ou a visão, começou a funcionar nos nervos do animal."

"Quando o destino,numa forma qualquer,se dirige directamente a nós,quase nos chama pelo nosso nome,no fundo da ansiedade e do medo sempre irradia uma certa atracção, porque o homem não quer só viver a todo o custo,não,o homem quer conhecer e aceitar o seu destino por completo e a todo o custo, até à custa do perigo e da destruição."

"E às vezes cheguei a pensar que a amizade talvez seja uma ligação semelhante à união fatal do gémeos.Uma identidade singular da inclinação,da simpatia,do gosto,da cultura e da paixão une duas pessoas ao mesmo destino.Faça o que fizer um deles contra o outro,os seus destinos são comuns.É inútil que um deles fuja do outro,porque sabem tudo,que é essencial,um do outro.E é inútil que um deles escolha um novo amigo ou uma nova amante,sem permisssão secreta,tácita do outro,não é capaz de se libertar dessa comunhão.O destino dessas pessoas cumpre-se paralelamente,mesmo que vá um deles para longe ,por exemplo,para os trópicos."

Peguei no livro que até nem tem muitas páginas e li-o de uma ponta a outra de um só fôlego.Gostei.Bastante mesmo.
Fez-me pensar,esta história bem narrada que conta sobre a amizade,a paixão,pela música e pelos trópicos,de Baghdad,das fugas,encontros secretos, e desencontros,da traição e sobretudo do perdão só concedido num sentimento que poucos possuem.
Fidelidade.
As passagens acima mencionadas tocam-me particularmente.Por situações vividas.
Foi por ti Velinhas,que o li.Foste tu que me despertaste a curiosidade pelo livro e me proporcionaste um par de horas de muito boa leitura.

Como alguém dizia...Bem Hajas!