Wednesday, August 02, 2006

A culpa é do calor...

Hoje, estava numa esplanada a tentar usufruir da refrescante brisa que devido à hora matutina ainda se fazia sentir, quando fui interceptada por alguem que me pedia num tom acima do normal para retirar uma das cadeiras que circundavam a mesa ocupada por nós. Eu estava acompanhada.O sumo, o café e até o folhear da revista comprada nas imediações, perderam repentinamente a graça, àqueles sons estridentes mais de adolescente no limite da fase etária.Levantei os olhos e vi, não uma mas três raparigas que me pareciam estar entre os vinte e dois e os vinte e cinco anos. Duas eram morenas e uma loira. Engraçadas à primeira vista. Autorizei a retirada da cadeira, o que me confundiu, já que na mesa que iriam ocupar havia tambem quatro cadeiras. Pensei, vem mais alguem. Enganei-me, serviu para pousar os pés. Baixei os olhos atrás dos óculos escuros e voltei a ler, ou pelo menos tentei. Não pude direcionar a minha atenção exclusivamente à leitura, porque o volume exibido por elas se tornou incómodo. Pousei a revista e olhei o horizonte. No meu campo de visão estavam dois sujeitos que as olhavam com curiosidade. Eram sem duvida mais velhos o suficiente para adivinharem que os iriam seduzir, por isso riam e sorriam.Tudo isto não seria mais que uma cena quotidiana das vidas à beira -mar numa manhã de Verão, se não tivesse descambado num episódio de muito mau gosto.
O que resultou das trocas de olhares, risos histéricos, não me diz respeito. O que me incomodou como observadora forçada foi o palavreado obsceno que usavam com facilidade. Essa desenvoltura não lhes trouxe uma imagem sedutora, mas também quem me disse que o deveriam ser pelo meio mais subtil ? mania a minha que nós as mulheres somos todas iguais!
E não somos mesmo. Foi então que uma delas focou o meu amigo, sem desviar o olhar. A insistência, o modo como o fêz e acompanhado de frases bastante fortes em que o alvo era eu, o que não foi perceptivel por ele devido ao idioma, enviou-me para outra plataforma de entendimento. Isto demorou uma boa meia hora. Apeteceu-me dar-lhe um par de estalos pelo desaforo da agressão verbal. Ao sair, a garrafa de litro e meio de àgua que sempre me acompanha foi literalmente despejada em cima dela.Um sorry com uma gargalhada foi suficiente. Não foi sem dúvida bonito, mas arrefeceu-lhe a lingua e quem sabe mais qualquer coisa.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

eheh gostei!
andei por fora mas não me eskeci de ti.
preciso de te dar duas palavras.ou me ligas ou procura por mim no terra(homem do norte:) )
beijo

8/03/2006  

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