Thursday, September 14, 2006

Fuga

Em conversa de jantar, falou-se de homens, mulheres, planos de vida, destinos de caracter profissional , sonhos por concretizar, e o que nos move nesta busca incessante de partir.
Todos sabemos e nem sempre admitimos, que é uma desculpa para a fuga. De um casamento, de um amor fracassado, de uma morte, de qualquer facto ou situação que preferimos não enfrentar.De um modo difuso somos cobardes . . .

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

e tu de que foges miuda?

Snow

9/15/2006  
Blogger a mota do pai said...

Da fuga, da escolha do caminho, da tomada de decisões...


"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

José Régio

9/15/2006  
Blogger anog said...

Todos fugimos de alguma coisa por mais imperceptivel que esta seja. Se calhar o mal não esta no acto de fugir mas no facto de por vezes não avançarmos com medo de que o que aconteceu no passado volte a acontecer... talvez daqui a alguns anos veja de maneira diferente... :)

Beijinho
A.

9/15/2006  
Anonymous Anonymous said...

estás por aí Princesa?
BEIJINHO
Snow

9/15/2006  

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