Our time

It´s Kind of Fun to do the Impossible

Afinal conhecemo-nos? Quanto medo conseguimos acumular? Pensar no futuro.Tratar de ver e solucionar o que não aconteceu. Quanto podemos ver sem fechar os olhos? É o trabalho que nos custa uma vida para poder viver. A que preço compramos esta escravidão?Quando se é responsável, porque não se fêz? E quem é tão idiota para fazê-lo? Dizer basta de uma vez e poder ter as mãos livres. São poucos os que podem dizer: Tenho alma e liberdade, só preciso de seguir o meu rumo. São aqueles cujo limite está sempre em aberto. Não há fim determinado, nem uma meta fixa. Não há uma decisão correcta nem um instinto escutado. Só a sua mente os dirige numa mesma direcção. A direito, por onde nunca se aventuram.O céu não é o seu limite.
Que farias se te perseguisse e não te deixasse respirar?O que fazes para que não te consiga alcançar? Que devo fazer para que não te percas? Estico a mão e só toco o ar. Eu não te persigo, tu escapas-me. Não é que fale e nada diga, és tu que não me ouves. Estou a perder-te e não sei que fazer. Sei-te longe e desespero como nunca. Já não sou a mesma. Sou só a metade.Tens o que já não encontro. O que já me falta. Não é o meu coração, nem a minha alma, nem a minha vida. É a minha teimosia, isso que te fez ir. Isso que faz com que não voltes.
Sento-me em frente ao Mar sentindo a brisa.Olho à volta e reconheço tudo.Cada detalhe.O céu ilumina-me o rosto e o Sol fala-me.Estou numa duna.Sem me dar conta agarro lentamente punhados de areia.Reparo então como se me escapa por entre os dedos. As minhas mãos não podem conter um milhão de coisas, que todas juntas parecem ser algo, que afinal não o são e se diluem sem deixar rasto.Sensação que me é familiar percorre-me a mente.Uma mão cheia de recordações que pareciam ser um todo, mas que resultaram ser demasiadas para que o meu simples gesto não possa com elas.Já não olho o azul do céu.Cego por uma ira contra a areia que por mais que lhe desfira golpes absurdos, dissolve-se e ali permanece.Caio de joelhos e no desespero rio-me para ela.Venceu-me.O Sol começa a ceder no tempo e pergunto-me:Quando deixei escapar as minhas ideias de areia?Como pude insistir em juntar ideias?Parece-me que só a água a fará consistente.É tempo de aprender a usá-la.
Descubro esta duplicidade de sentimentos.Voltar a passar por tudo isto.Pensar que ambos pensamos o mesmo e cada dia estás mais longe da minha meta.Olhamos na mesma direcção mas o teu pensamento é agora outro.O desespero desperta-me pensamentos estranhos.Paralizam-me e chamo-te na saudade.O tempo foi um rival que esperou a vingança apunhalando-me .Mostrou-me o que descurei ter.O que agora desesperadamente tento recuperar.Talvez em vão.