Thursday, November 30, 2006

Pecados

Olhou-o . Não se queria comprometer, mas já se tornara um vício.Os vícios são tormentos .Talvez nem devesse transformá-lo no seu desejo. Ele satisfazia-a, disso não restavam dúvidas. Proporcionava-lhe momentos deliciosos aos quais ela não resistia. Ali estava ele à sua disposição. Bastava tocar-lhe.Seria seu.
Vou-te comer - pensou.
Despiu-o. A visão deixou-a de água na boca. Já não aguentava mais, precisava de o sentir.De o possuir.Deslizou a lingua na tentativa de lhe sentir o gosto.Recordou cada momento anterior com outros e sorriu. Sabia o que se seguia.Cada passo, cada delírio. Segurou-o entre os lábios e brincou. Lambeu-o. Não podia apressar-se. A calma sempre fora a sua arma em questões de prazer.
Mordiscou-o.E uma, e outra vez.Quando se sentiu preparada,entregou-se-lhe.O prazer percorreu-lhe o corpo.Ele deixou-se ir na sua passividade.Era essa a sua finalidade.O prazer.
No final, ela sorriu.

Monday, November 27, 2006

Doces palavras


A meio do almoço e aproveitando o tema da conversa, um dos amigos olha-a sériamente e dispara a pergunta.
-Acreditas em Deus?

-Acredito em tudo que exerça o seu poder quando eu já esgotei o meu.Tanto importa que se chame Deus, Alá, ou simplesmente Fé. Eu chamo-lhe Amor à Vida. E já vi alguns Milagres.
-E tu, acreditas em Milagres?

-Eu? Não sei. Mas acredito na tua Fé na Vida.

Sunday, November 26, 2006

And I smile ...

Blindly, I stumbled.
Fear, an ashen cloud suffocating my soul.
I reach out, groping searching, yearning, for a foothold.
A velvet touch, against my hand, and light infuses my being.
A dolphin.
All fear banished, by a single caress, and joy rings in my heart.
A second touch, not physical, but in my soul I feel.
And all I hear
in the winter storm, is the voices calling from the waves.
Saying, crying,"Spring is near, Life must always follow."

And I smile,
and I cry,
for I found my saviour.
A dolphin.

Friday, November 24, 2006

Tu, eu e o Mar

O Mar traz-me a tua força.É por isso que caminho descalça no areal sob a chuva, neste dia de tormenta .Não importa a roupa colada ao corpo, os cabelos escorridos nos ombros. A face molhada disfarça a lágrima que teima em revelar-me o sentimento de culpa.Fico assim exposta a ele, o Mar. Testemunha da promessa por cumprir.Um dia. Talvez. Sorrio.
Consigo por instantes sentir a felicidade plena...

Wednesday, November 22, 2006

É só escolher



Tuesday, November 21, 2006

Recebida hoje

Os meus desassossegos...

Monday, November 20, 2006

Outono primaveril

Meteu umas roupas no saco, pegou nas chaves do carro e rumou a sul.O destino era a casa fechada todo o ano e raramente arejada por algum amigo.Assim o tinha decidido porque lhe parecera bem uns dias de pé molhado nas areias da sua praia preferida.
Abasteceu na gasolineira já no caminho, bebeu um café.Tocou o telemóvel.Um amigo a querer saber o paradeiro e a dar a saber o seu. Algures num hotel de turismo rural no Alentejo. Depois de uns minutos de conversa, voltou ao carro e meteu-se na estrada. Curioso, do pouco tempo que permanecia por cá, nunca teria pensado fazer um fim-de-semana por terras alentejanas em turismo de habitação. Ela até gostava da gastronomia, da paisagem, dos doces dessa zona do país. Sorriu e saiu da auto-estrada.Afinal estava perto.
Com a ajuda da palavra, de mapa e de algum sentido de orientação, lá encontrou o hotel.E claro o carro do amigo a fazer número em matrícula portuguesa a rondar os dez.Os outros vinte e tal eram espanhóis, e mais uns estrangeiros. Sorriu. A invasão castelhana.
Na recepção disseram-lhe que estavam quase lotados e deram-lhe a chave do quarto.Reparou no ar de importância do individuo ao seu lado, quando a funcionária se referiu à sua pessoa como o dr.qualquer coisa.Ali em pleno Alentejo também se rega gota-a-gota a vaidade dos títulos.Olhando-a, ninguem saberia qual a sua profissão, nem os riscos que corria, nem os passos que dava no mundo.Só a poderiam qualificar quanto ao porte, fisionomia, e algo mais que deixasse transparecer do seu Eu.E assim deveria ser com qualquer dos mortais.Mas isso já ela sabia, os lusos e o faz-de-conta das aparências.Por isso estacionou o carro o mais longe da entrada.Gostava de ser reconhecida sim, por si, pelas capacidades, pela teimosia com que travava as suas lutas e pela simpatia que sabia abrir-lhe muitas portas.O resto, eram só euros transformados em bens materiais.
Depois de se instalar, deu uma volta pelas instalações e pelos espaços envolventes. Sorriu mais uma vez. As piscinas. Ela e aquela péssima mania das partidas aos amigos.
Do amigo, nem sinal.Sentou-se debaixo da pérgola, num banco corrido de madeira a olhar a vastidão que se vislumbrava.Alentejo no seu melhor.O verde nos seus matizes de Outono.O Sol estava quente.Livrou-se de roupa, ficou de t-shirt.Hoje estava de jeans.Esperou.Sabia que pouco tempo demoraria a surpresa.
Atendeu o telemóvel .Era ele.Ouviu-lhe a voz a mostrar alguma admiração.Tinha-lhe deixado recado na recepção."Procura-me", dizia o bilhete.Levantou-se e dirigiu-se mais perto da entrada.Viu-o passar apressadamente. Saiu e olhou o estacionamento .Voltou-se e viu-a.
Abraçaram-se.Ele nem queria acreditar que lhe tinha mudado os planos, a ela , que sempre define bem as suas intenções.Estaria a mudar?
Logo se estabeleceu uma animação já conhecida entre os dois.Planos de almoço,jantar, descobertas.
Teriam sido as caminhadas pelos prados verdes de trigo ainda raso, as rãs nos charcos, os riachos trasportando a água das últimas chuvadas, os pássaros no seu esconde-esconde, o talvez -sim, talvez -não de cogumelos comestiveis, o calor de um Outono a parecer primavera, o cozido de grão, os espargos salteados, a encharcada salpicada de canela, o lacão, a caça, o pequeno-almoço com pão grosseiro quente a derreter a manteiga com compotas e doces feitos por gentes da zona, o pão-de-ló , o queijo daqui e de acolá, sábiamente colocado ao lado de um doce de abóbora, que a fizeram pensar que talvez conseguisse parar e viver uma vida dita mais normal ?

Ao fim de três fantásticos dias de calma oferecida pelo Alentejo, a pergunta persiste.
Ela sorri ...

Friday, November 17, 2006

Por ti

Por ti calo-me...
Por ti espero
Por ti navego o mundo...

Wednesday, November 15, 2006

Casa encerrada ...

Tuesday, November 14, 2006

Ele

Sentia-se estranha, inquieta, ansiosa. Abriu a janela e o frio percorreu-lhe a pele nua. Era o início do frio a chegar.Fazia tempo que esta sensação não a acompanhava.O da brisa húmida e fria em manhã de Novembro. Sentiu o Outono e a nostalgia instalou-se. Este era o mês que sempre estava do outro lado do oceano. Lá estava a saudade a apertar no peito. Estranho sentimento este o da saudade.Tudo o que não temos ao alcance serve de desculpa à saudade.
Voltou para o aconchego da cama.Olhou as horas. Era muito cedo. Cedo para se levantar, cedo para ligar.Resolveu ler.
Despertou com o toque do telefone. Esticou o braço na tentativa de o encontrar.Quem ousaria ligar-lhe e interromper o sono? desligaram quando perguntou quem falava.
O coração bateu mais rápido. A intuição era o seu forte e raramente lhe pregava a partida de se enganar. Seria ele? Só podia ser ele, o sonho tinha sido tão real.
Olhou o telefone e esperou o seu toque. Não voltou a tocar.
Esboçou um sorriso. Era ele, ela sabia.

Monday, November 13, 2006

Acontece em Lisboa

Serena e de passo seguro, passeou-se por Lisboa numa tarde soalheira.Reparou nos pormenores de uma cidade suja, descuidada, desorganizada mas que lhe chama sua. Não que seja natural de Lisboa, nem de outro qualquer sitio deste país, mas isso é outro assunto.
Subiu o Chiado por um passeio, desceu por outro, passeou em todas as ruas da Baixa Pombalina, tentando colocar-se na posição de turista e perceber o que esta cidade tem para oferecer. Nada e tudo. Faltam-lhe estruturas culturais, mas tem Sol. É esse o nosso espectáculo. Nem precisa de comprar entrada, é livre. Tem gastronomia apetecivel, doçaria de lamber os dedos, um rio que abriu os olhos longe e calcorreou caminhos com a rapidez de se entregar ao mar num estuário que mais parece um sorriso visto do céu.Tem lojas com as mais bem pagas assinaturas, e o carrinho das castanhas assadas metidas num cone feito de páginas amarelas, de Lisboa claro.Tem gentes de outras culturas dengosamente apanhando Sol enquanto engendram um qualquer esquema de engano aos papalvos que passam apressadamente para cumprir um dia de salário abaixo da média europeia. Pois, mas no resto da Europa recebem mais, mas só o gastam em centros comerciais em dias frios, cinzentos, feios. Mas como o orgulho nacional é fazer maior, temos os ditos em moldes mais apeteciveis ao Zé passear-se num fim de tarde solarengo e quente com a familia em romaria pelos corredores desses monstros de betão e vidro com nomes sonoros, onde as bactérias proliferam em feliz harmonia. Mas os Zés e as Marias esqueceram que os melhores passeios são no exterior, mesmo numa cidade suja e desordenada como Lisboa. Perdeu-se nos pensamentos e deleitou-se em perceber sensações.
Sentou-se numa esplanada. Pediu um sumo e olhou quem passava. Já sabia, os portugueses são simpáticos, de fisionomias esteticamente bonitas. As mulheres perderam a graciosidade com o uso de calças. Mas isso são opções. Num conjunto os portugueses são agradáveis à vista. Em pormenor, estão muitissimo bem, enchem o olho. Ela sabe bem do que fala, tem termos de comparação pelo exterior.
Tocaram-lhe no ombro enquanto um odor a queimado e uma ladainha ranhosa pronunciada em mau português lhe tomou conta dos sentidos. Romenos. Era uma criança de sorriso triste a pedir-lhe uns trocos. Mas os olhos denunciavam outro pedido não convencionado por quem o acompanhava à distância. O bolo em cima da mesa. Aquele olhar ela já conhecia, não de romenos, não em Lisboa. Aqui a única guerra era entre ele e o desejo de comer.Talvez nem fôsse fome.Talvez só gulodice. Mas as crianças são o seu fraco. Cedeu às moedas,em troca de um lanche forçado. Alguém teve de esperar.Pareceu-lhe que aos Zés e Marias sentados em redor, este não foi um gesto inteligente. Não se senta um miúdo ranhoso e romeno numa esplanada com tias e tios. Em que mundo vives tu rapariga?

Noutro sem dúvida, no da igualdade... mas isso é outra guerra.Outra mentalidade.

Sunday, November 12, 2006

Paixões de praia


Pés descalços na areia molhada.Caminhava sentindo o fresco da água nos tornozelos,e olhava de soslaio as ondas que teimavam molhar-me. Não me desviei nem um milimetro quando deparei com alguém no meu caminho.Teimou em seguir na minha direcção, e quase chocámos. Olhámo-nos e desviámo-nos uns centimetros suficientes para passarmos. Estranha situação numa praia deserta, ou quase. As ondas mesmo pequenas molharam-me as calças arregaçadas de propósito e proferi algum impropério baixinho, não fosse o sujeito ouvir-me.
Tudo isto seria uma cena normalissima, não fora o facto da confusão gerada após o impacto. Não era um, nem dois, nem três, nem quatro, nem cinco, mas seis cães a correr , a ladrar, a fintar-se entre si numa brincadeira que nos, e aqui baixo a guarda e digo, nos deixou de sorriso de orelha a orelha. Claro que ficámos encharcados e olharmo-nos neste estado deu inicio à conversa típica sobre animais. Cada um defendeu o melhor que pôde as suas mascotes. Despedimo-nos desejando felicidades aos bichinhos. Seguimos caminho, ou fizemos tentativa mas sem resultados. Estabeleceu-se uma ligação entre uma boxer minha e um dos seus cães .
Foi giro. Sentei-me a observar. Ela correu atrás dele, não fazendo sequer intenção de voltar.Chamei, gritei e até assobiei e uma rapariga cadela que costuma ser obediente e que hoje passou os limites. Apaixonou-se*. Dividiu-se entre um amor de casa, comida e bons tratos, e uma atracção fatal de pêlo listrado e corpulento. E disse fatal, porque o malandro mordiscava-lhe as orelhas com alguma violência. Depois, não contente com a minha imposição de a levar de volta, olhou-me com ar de poucos amigos colocando-se entre as duas. Rendi-me.Não por medo, por admiração. Afinal ele só estava a mostrar-lhe que a defendia.É uma táctica. Lembrou-me alguém.

* Está de orelha murcha e mordida, sem comer e olhar triste. Será paixão?
E ele provavelmete foi coisa de momento ...

Saturday, November 11, 2006

Em certos momentos da vida precisamos estar sós ...

Thursday, November 09, 2006

Um dia ...


Talvez um dia nos cruzemos num qualquer terminal de aeroporto.Talvez te veja de perfil, de frente ou de costas. Reconhecer-te-ei sempre. Estarás casado, pai e feliz? E eu? vaguearei nos meus sonhos pelo mundo?
Um dia saberei se fiz a melhor escolha ...

November


Sweet November... e um dia perfeito de Sol

Wednesday, November 08, 2006

Momentos

A felicidade é ver e abraçar amigos que pensávamos desaparecidos.
A felicidade é ver a vontade de ajudar quem precisa, em vez de distracção em proveito próprio.
A felicidade é ver estampado no rosto a satisfação do dever cumprido.
A minha felicidade é a felicidade de os ver de volta.

São estes momentos que fazem uma vida feliz. A minha.

Blue Navy

USS ENTERPRISE

Tuesday, November 07, 2006

Essência


Somos o que procuramos
o que descobrimos
o que aprendemos
o que não esquecemos
Somos a essência da Vida

Monday, November 06, 2006

A dúvida

Quando pensamos ter tudo controlado, vem uma questão e deixa-nos na dúvida do rumo a seguir. . .

Sunday, November 05, 2006

Deixo-vos por esta noite . . .

Vícios e prazeres


Vicio é usar saias, ter chocolate à mão , duche diário mesmo gelado,trabalhar , mergulho, surf, chantilly, ovos mexidos, morangos, portátil, anotar pensamentos ,andar de meias por casa, livros técnicos, relógios, dar os bons dias ,óculos de sol, música,independência.Perfeição.

Prazer é mergulhar à noite, calor, crianças, Natal, luar em Santorini,Paris, Ny.Navegar.Perceber sensações. Saber da Paz.

Prazeres ocultos, desvendo alguns.Mar de Cortez.Testar os meus limites. Amar alguém para sempre.
Os muito ocultos ... adivinhem

Saturday, November 04, 2006

Estrelas e Sonhos

Depois de rever amigos numa noite bem passada, nada como beber um leitinho enquanto espreito a côr das estrelas...
Depois, depois vou sonhar em Azul...

Friday, November 03, 2006

Já volto . . .

El Mar...buscarme ahi.

A areia está molhada pela chuva.Desfêz o teu nome que escrevi ontem quando aqui estive.
Tu nunca lês o que escrevo.
Não importa, escreverei tantas vezes quantas me apeteça.Um dia desisto e escrevo outro nome...
Talvez um recado dentro de uma garrafa te chegue às mãos. É no Mar que vives.Concordámos que seria nele que te procuraria, lembras?

Thursday, November 02, 2006

Chocolate caliente


Vi-te logo quando entraste pela porta de vidro da chocolateria.Segui-te com o olhar enquanto me deliciava com uma tasa desse meu vício antigo.Pediste churros y chocolate. Estava um dia cinzento e frio. Vestias uma camisola azul de malha grossa.Ficava-te bem. Ainda me lembro do toque fôfo da lã com mistura de colónia de odor exótico. E do gosto do chocolate. Agora bebo e não tem o mesmo sabor.Falta-me adicionar um olhar meigo, um sorriso terno, uma calma que só em ti conheci. Não consegui disfarçar a gargalhada ao ver-te olhar-me com bigode desenhado pelo chocolate. Sorriste.Guardo esse sorriso no baú das memórias boas. Bebemos chocolate juntos. Deste-me a provar os churros e a Mo...(Vida)

Wednesday, November 01, 2006

Lá estou eu...


Passeando por blogues, verifiquei que a lingua de Camões anda arredada da veracidade. Abrasileirou-se, abandalhou-se e confundiu-se.Toda a gente escreve,( incluindo eu mesma) e dão-se ares de grande capacidade intelectual. A receita é quase sempre a mesma.Num espaço branco, escrevem-se palavras bonitas, dificeis, retiradas daqui e de acolá, que ofuscam a vista dá-se um toque pessoal e um aspecto atractivo, e lá recebemos inúmeros comentários, sendo que alguns são complicados de entender, mas de um pseudo intelectualismo a raiar o lírico.
Há (e não á) pretensões a poetas, com frasiologia confusa que me deixa boquiaberta, como se dão erros básicos nos mesmos textos.
Verifico frequentemente este que gostaria me fosse explicado.Ameaças-te, amuás-te, em vez de ameaçaste, amuáste. A diferença entre à e á, também me confunde.Tudo isto me salta à vista, porque estive ausente bastante tempo e não gosto de mau português. Se escrevo mal, prefiro que me corrijam, o que agradeço. Se alguem me ler e se sentir "ofendido", peço desculpa, mas devemos defender o que é nosso e ter brio no que fazemos.
A propósito de escrita, li um texto num blogue amigo, que faz jus ao bom português e à simplicidade de entendimento, o que prova que nem sempre ao mais complicado se dará nota máxima. A beleza de um texto pode ser a sua simplicidade.