Monday, August 28, 2006

Dois dias de trabalho e a sensação que alguma coisa vai acontecer em breve ...

Saturday, August 26, 2006

"Our aim is to make the world more beautiful than what it was when we came into it. It can be done. You can do it." -Kurt Vonnegut

Thursday, August 24, 2006

News

Bom dia Mundo!
Hoje acordei particularmente bem disposta.Tive notícias agradáveis e inesperadas logo pela manhã. A primeira e mais madrugadora foi saber que o meu contacto está bem depois de alguns contratempos incontornáveis, e se preparava para me esperar novamente. Desfez-se em justificações, o que não era de todo necessário, e mostrou o seu desagrado na minha insistência de rumar a norte. Foi bom saber que não passei de uma conveniência de momento, mas acima de tudo que está vivo embora um pouco maltratado. O senão, é que me espera no sul. A outra noticía é precisamente a aquisição de um veículo que faria as delicias de qualquer repórter nestas terras ,com direito a guia e mais probabilidades de não sermos interceptados com tanta frequência.

Tomei o p.a. enquanto via o mapa e a as dúvidas apareceram. Norte contra toda a sabedoria dos locais, ou sul onde a situação é mais controlada?
Se há coisas que aprendi, uma delas é a nossa capacidade de controlarmos os nossos instintos, mas também a de acreditarmos neles. Não se explica, mas faz parte da minha natureza dar corpo às minhas convicções. Dos erros , tiram-se lições e é uma forma de aprendizagem, de crescimento.
Como diz um amigo, se temos medo não saimos de casa, e vemos a vida passar. A minha não foi, não é nem será assim, vista da plateia. Sou parte integrante do elenco. Nem sempre recebo aplausos, e por vezes as críticas são duras, mas sobrevivo e acima de tudo, vivo.

Decidi. É nordeste junto à fronteira com a Syria. Parto dentro de uma hora.

Wednesday, August 23, 2006

Mediterranean Sea

Sentei-me a olhar o Mar.Este Mar que toca alguns dos sitios mais belos da terra. Nem a mudança de nome ao longo dos séculos lhe retirou beleza. Nem o testemunho de tragédias lhe diminuiu a intensidade da côr. O seu Azul apaixonante leva-me por associação de ideias a lugares onde fui feliz. Sitios de nomes turisticos e paisagens fantásticas. Mas só um me traz saudades.Uma baía pequena uns kms acima de Barcelona.O Azul pode não ter a intensidade de Santorini , mas é especial para mim. Penso lá voltar em breve ... devem-me um almoço no elBulli.E o Mediterranean Sea estará presente.

Depois de "baixar" à terra, ou seja à realidade poeirenta e desfeita desta cidade, procurei junto de autoridades locais (fiquei bastante confusa por sinal) por indicação de terceiro, onde arranjar um carro para me deslocar para norte.É dificil, não o facto em si, mas o trajecto que descrevi.Não foi bem aceite, principalmente para alguem com a minha fisionomia ocidental. Pode ser perigoso. Deram-me como possibilidade, contratar um guia. A disponibilidade de combustiveis é escassa, e só um nativo tem mais facilidade de aceder a tal bem. Claro que as tropas não estão abrangidas por este inconveniente. Agradeci mas fiquei desiludida e como disse antes, confusa.Percebi que o conseguiria, mas precisaria pagar bem.Mas porque não mo disseram, porque o pintaram mais negro do que na realidade é, ou parece ser? mentalidades que ainda não me habituei.
Talvez consiga, talvez não. Não vou desistir.Resta-me sempre a hipotese de utilizar os transportes ditos normais, mas não será a mesma coisa ...
Sometimes we must to decide the hardest way . . .

Tuesday, August 22, 2006

Friends ?

Ainda a propósito de machos ... neste caso é mais fêmea .

A amizade entre pessoas de sexo diferente , raramente fica por aí. Se um deles sente que nada pode alterar-se, já o outro pode revelar-se em qualquer momento. Se não vejamos ...
Quem escreve " i don´t belong to you, and you don´t belong to me " depois de weekend em que só a companhia de um amigo estaria lógicamente em pensamento? revelou-se ? surpreendeu-se? na verdade só os dois sabem o que se passou ...
Uma certeza eu tenho. Mas isso fica comigo.

Isto não passou de um desabafo ...

Lost ?

Finalmente ligada às tecnologias existentes e disponiveis. Estou em Beirut.
Cheguei e instalei-me, em zona junto ao Mar. A vista é linda, a baía não nos dá a dimensão da tragédia. O Mar continua igual a si próprio. É reconfortante olhar este azul que nunca nos trai.

O contacto perdeu-se creio que definitivamente. Dispendi todas as forças possiveis na procura, mas não resultou. Ainda me parece um sonho. Será que sonhei mesmo e afinal essa pessoa não existe? Então que sucedeu, esfumou-se? aquela pessoa de olhar penetrante, decidida e amável onde anda?este incidente, não o vou incluir no rosário a desfiar sobre machos, que me desiludem a todo o momento, porque ainda lhe dou credibilidade e o benefício da dúvida.
Mas o mundo continua a girar, e sigo em frente como sempre fiz. A ajuda tinha sido simpática mas não aconteceu. Fico só , mas não desisto. Ser freelancer, dá nisto.

Adiante. Esta cidade vai servir-me de poiso durante alguns dias. Não estou a trabalhar ainda, mas prevejo alterações radicais a curto prazo.


Só um reparo . . . adoro a comida !

Friday, August 18, 2006

Mais uma etapa ...

Passei a fronteira com alguns contratempos próprios de uma invasão de país vizinho.Viraram-me dos pés à cabeça.Por pouco via o portátil confiscado, mas foi pela segurança, dizem eles e eu só tenho de concordar.Decorridos uns minutos fui novamente inquirida e revistada.Desta vez olharam-me de soslaio, não acreditando talvez que só pretendo deste país ,nada mais que aplicar a minha sapiência a quem dela precisa.Vistas as credenciais que só por si indicam o meu intuito, lá me deixaram em paz.

Apanhei boleia que me trouxe a Tyre. Tive interlocutor interessado nos meus afazeres em terras distantes.Fui explicando o que podia ser dito e tirando de si os chamados pelos lusos, nabos da púcara.Sem se ter dado conta, respondeu-me às minhas perguntas com clareza e eficiência.Não podia ter sido mais explicito.Fiquei contente com a sua oferta de ajuda e desci com a minima bagagem que desta vez me acompanha.

Do que vi do pouco tempo ainda decorrido, é uma cidade portuária onde encontrei instalações para dormir e comer. São simpáticas, limpas e de poucos luxos. É tudo que necessito.A cidade tem cheiro de confrontos recentes...

Vou tentar(nem sei se deva...) procurar o meu contacto. Será que ainda é vivo? será que se arrependeu de esperar por mim? não custa mais que uma chamada e logo saberei se está destacado pela zona.

Sou teimosa e preciso saber que ocorreu ...

Thursday, August 17, 2006

First time ...

Em boa verdade, sempre soube que estar só era um previlégio. Podemos fazer o que nos apetece sem dar satisfações a quem quer que seja. Podemos ir, ficar, ou simplesmente adiar estas duas escolhas, sem depender de terceiros. Mas o tempo vai passando, e damo-nos conta que não é bem assim. Por vezes sabia-nos bem ter alguém à nossa espera, que nos ajudasse , que nos guiasse, quando não nos apetece tomar decisões a sós, ou mesmo quando sentimos que as nossas capacidades estão a fraquejar.É nessas alturas, quando dependemos em parte de outros para alcançarmos o nosso objectivo, que sentimos o quanto os outros nos faltam, quanto estamos sós.
Ser autónomo é uma capacidade de muito poucos. É preciso testarmo-nos ao longo da vida para não sermos surpreendidos e ficarmos de pés e mãos atados.
Ora bem, era assim que me sentia ontem. De pés e mãos atados. Hoje não. Recorri aos meus instintos, a vários mapas, relatórios que me haviam sido dados, e rumei a norte. Aqui estou. Mas estou só. Mais uma vez. Desta feita falharam-me. Curioso que foi a primeira vez que tal aconteceu. Sem motivos visiveis, sem justificações. Estou por minha conta e risco. Agora sim, tenho mesmo de pensar, decidir e arriscar.
O que me trouxe aqui, foi alterado, quem sabe adiado, quem sabe anulado definitivamente.
o móbil será outro, porque encontrar alguém neste fim de mundo, é o mesmo que procurar agulha em palheiro.
Sigo amanhã para a fronteira. Depois, bem . . . depois logo se vê . Nada como dar um passo de cada vez . . .

Agora vou pedir umas inf ...

Wednesday, August 16, 2006

Não entendo...

Deambulei pela cidade até à hora do jantar, o que aconteceu por volta da 21h locais.
Até lá, entrei em lojas e tentei perceber o que me atrairia mais como compradora. A diferente cultura excluiu à partida objectos que nem sei o nome (que falta me faz um guia!) e menos para que servem.Tento sempre visualiza-los em algum lugar estratégico lá de casa, mas preciso de alguma sabedoria na aquisição, caso contrário não terá fundamento possui-los. Já dos "melhores amigos das mulheres"(isso!... diamantes!) fiquei maravilhada com as dimensões de alguns, que fariam as delicias de uma qualquer mulher enganada pelo marido (é assim, não é?) não!... nunca me incluirei nesse lote, e porquê? nada tenho contra tão maravilhosa obra da natureza, mas sim contra essa obra dos humanos que é a traição repetida, e sei que não poderia ser "a outra".
Mas voltemos às compras.Como sempre que viajo, perco-me com lingerie e livros. Da primeira foi fácil, já escolher livros em hebraico... optei pelas traduções que as há em número e idiomas suficientes para deixar qualquer livraria de N.Y envergonhada. O problema da bagagem apresentou-se como obstáculo ao número de volumes. Decidi comprar só um, de poemas... em hebraico claro (va´-se lá saber porquê), os outros ficarão para depois, na volta.
Voltei ao hotel cansada e desanimada.Precisava , não de dias, não de meses, mas de anos aqui para conhecer um povo culto , orgulhoso das suas capacidades, organizado, responsável (de repente lembrei-me dos lusos, sempre péssimistas...precisarão ser circuncisados?...risos) .

Na recepção continua a não haver resposta às minhas perguntas. Ninguém me contactou, e o celular não me funciona bem aqui. Bem ... continuo entregue a mim própria como sempre...
Um banho, um jantar sem interrupção de conversa, e aqui estou a escrever neste blog os meus desabafos. Ao lado do portátil está o livro que não me pode fazer companhia. A culpa foi minha, na escolha. É hebraico ... não entendo.
Amanhã vou para norte, logo pela madrugada.


*She never took the train alone she hated being on her own ...

Ver ...

Ver, não é o mesmo que testemunhar. Podemos ver e não perceber o que ocorre à nossa volta.
É assim que me acontece hoje. Nos olhos, nas expressões . Vejo em quem se cruza comigo, sorrisos, expressões que bem podem ser de alguem que não está no meio de uma guerra declarada, e não sei quais são as inseguranças, as incertezas, as frustações desta gente.Falando com eles, ouvindo-os, passamos a testemunhas de factos que também nós já vivemos.
Passei hoje por um memorial, dos muitos existentes na cidade, mas este tem uma particularidade.Uma disco de nome Dolphin destruida por atentado suicida. Morreram jovens inocentes que no seu objectivo estava apenas uma saida nocturna para distracção.Foi em 2001.
É estranho perceber a sensação que este memorial causa aos poucos estrangeiros que passam , o que é perfeitamente natural, e a mim é apenas a constatação de mais um atentado bombista suicida.Viver com esta incerteza ao nosso lado, faz-nos assim, quase insensiveis.Como tudo na vida, é só uma questão de hábito.
A cidade é bonita , moderna, onde se percebe o avanço da tecnologia, a qualificação, o interesse em chegar mais à frente. As pessoas são afáveis mas discretas. O respeito pelo próximo e a exigência de o ser, vê-se nos pormenores. Eles sabem que estão sózinhos, que só sobrevivem devido à sua coragem e persistência. Exigir os seus direitos , é imperativo desde a nascença. Aprendem rápido a defender-se e só atacam quando se sentem ameaçados.
Gosto do que vejo, mas admiro muito mais o que percebo ...

Tuesday, August 15, 2006

Pequenas coisas ...

. . . como um bom banho , uma refeição e uma noite bem dormida , em certos momentos , são dádivas.
O dia foi extenuante e não ter ninguem à espera , incomodou-me. Houve alteração de planos. Amanhã vou descobrir a cidade. Depois , sigo para norte.
Ben Gurion 18.45gmt

Sunday, August 13, 2006

Memórias

Foi num dia quente de um Verão abrasador. Olharam-se por breves minutos bem no fundo da alma e só um dos dois tinha em mente aquele desfecho. Ele sentiu remorsos, talvez . Ela, um aperto no peito ao som do bater da porta. Saiu ela.Para trás ficaram sonhos construidos em uníssono, mas desfeitos pela ânsia de um novo romance. O tempo passa , avança, mas a amargura está lá e para sempre. Raramente sabem um do outro. Ambos sabem que com um pequeno esforço, tudo voltaria a ser quase perfeito. A perfeição quebrou-a ele . Trocou-a pela distância.Trocou-a por outra. Nada é para sempre ...
Era Verão e o dia estava quente ...

Saturday, August 12, 2006

Volto já ...

Despeço-me assim de uma tranquilidade camuflada. Sempre soube que devemos obedecer aos nossos instintos , sejam eles aplaudidos ou não por terceiros. Sempre soube também que a minha destreza na resolução de problemas passaria sempre pelo meu bem estar. Já em termos afectivos peco, por fugir das situações complicadas. Cobardia, chama-se em bom português. Afinal não sou assim tão forte...
Não gosto, ou antes , detesto pressões nos relacionamentos. A liberdade afinal deve existir em todas as áreas. A liberdade de dizer sim... a liberdade de dizer não ...

Thursday, August 10, 2006

Nem sempre o que parece é ...


O termo "Sabra" costuma ser utilizado para definir os indivíduos nascidos em Israel. No entanto, é também o nome, em hebraico, de uma fruta da família das cactáceas, abundante no Golã, assim como no resto de Israel. E, por ser espinhosa por fora e muito doce por dentro, tornou-se a metáfora perfeita para definir o carácter do israelita ... áspero e resistente, em seu exterior, mas extremamente terno em seu coração.

Monday, August 07, 2006

Não deveria ser assim ...

Ser leoa no que se trata de defender o que é meu , é um facto incontrolável. Sou possessiva e sinto que me altero com facilidade ultimamente quando me vejo ameaçada.Quem sabe estou errada, quem sabe não deveria ser assim, mas sou e vou procurar entender o que está a acontecer.
Não me vejo a ter alterações radicais, mas vejo-me a procurar explicação para estas novas situações .
O problema, se é que assim posso chamar a estes novos episódios, é saber se realmente defendo o que chamo "meu". Meu? Friamente, não o é , mas então porque me altero? porquê?
Introspecção faz-me bem, perceber-me e alterar-me vai ser prioridade nestes dias.
Will see ...

Thursday, August 03, 2006

My way ...

Nem sempre fazemos o mais certo, pelo menos na opinião dos outros . Não costumo importar-me demasiado, mas desta vez cheguei à conclusão que a minha vida pessoal não deve ser postada num blog, onde quem lê, não pode nem deve fazer juizos sem ter lá estado, sem ter visto e ouvido.
É verdade, foi sobre o meu ultimo post o tema de conversa. Fiquei mal vista (eu já sabia que não tinha sido bonito o meu gesto) , e vi que numa primeira leitura qualquer pessoa assim pensará.
Vou ter mais cuidado em tudo o que digo, o que faço. Afinal, esta guerra não é a minha. Eu não fervo em pouca água com ninharias. Olhando para trás, isto nem tem significado na minha vida.

Fiquem bem e sejam felizes, eu por minha parte vou tentar ... não maltratar ninguém.

Quem disse que devemos dar a outra face?

Wednesday, August 02, 2006

A culpa é do calor...

Hoje, estava numa esplanada a tentar usufruir da refrescante brisa que devido à hora matutina ainda se fazia sentir, quando fui interceptada por alguem que me pedia num tom acima do normal para retirar uma das cadeiras que circundavam a mesa ocupada por nós. Eu estava acompanhada.O sumo, o café e até o folhear da revista comprada nas imediações, perderam repentinamente a graça, àqueles sons estridentes mais de adolescente no limite da fase etária.Levantei os olhos e vi, não uma mas três raparigas que me pareciam estar entre os vinte e dois e os vinte e cinco anos. Duas eram morenas e uma loira. Engraçadas à primeira vista. Autorizei a retirada da cadeira, o que me confundiu, já que na mesa que iriam ocupar havia tambem quatro cadeiras. Pensei, vem mais alguem. Enganei-me, serviu para pousar os pés. Baixei os olhos atrás dos óculos escuros e voltei a ler, ou pelo menos tentei. Não pude direcionar a minha atenção exclusivamente à leitura, porque o volume exibido por elas se tornou incómodo. Pousei a revista e olhei o horizonte. No meu campo de visão estavam dois sujeitos que as olhavam com curiosidade. Eram sem duvida mais velhos o suficiente para adivinharem que os iriam seduzir, por isso riam e sorriam.Tudo isto não seria mais que uma cena quotidiana das vidas à beira -mar numa manhã de Verão, se não tivesse descambado num episódio de muito mau gosto.
O que resultou das trocas de olhares, risos histéricos, não me diz respeito. O que me incomodou como observadora forçada foi o palavreado obsceno que usavam com facilidade. Essa desenvoltura não lhes trouxe uma imagem sedutora, mas também quem me disse que o deveriam ser pelo meio mais subtil ? mania a minha que nós as mulheres somos todas iguais!
E não somos mesmo. Foi então que uma delas focou o meu amigo, sem desviar o olhar. A insistência, o modo como o fêz e acompanhado de frases bastante fortes em que o alvo era eu, o que não foi perceptivel por ele devido ao idioma, enviou-me para outra plataforma de entendimento. Isto demorou uma boa meia hora. Apeteceu-me dar-lhe um par de estalos pelo desaforo da agressão verbal. Ao sair, a garrafa de litro e meio de àgua que sempre me acompanha foi literalmente despejada em cima dela.Um sorry com uma gargalhada foi suficiente. Não foi sem dúvida bonito, mas arrefeceu-lhe a lingua e quem sabe mais qualquer coisa.

Tuesday, August 01, 2006


... já encontrei empregada (o) ...