Sunday, April 30, 2006
Gostaria de, agora, poder fingir estar a dormir
Só para sentir as tuas mãos em meus cabelos,
o carinho do teu olhar
De modo que posso senti-lo
Mesmo de olhos fechados
E poder adormecer,
E sonhar que a vida vai ser sempre assim ...
Friday, April 28, 2006
O sono desapareceu, nem o cansaço me faz companhia.Um turbilhão de pensamentos invadem a cabeça que ameaça estoirar .Nada faz sentido. Não me apetece escrever.
Foi pela tua mão que fui à escola.O lanche preferido foste tu que o preparaste sempre.
Foi pela tua mão que soube da existência do mano.Não cabias em ti de feliz.Senti na tu mão.
Foi a tua mão que agarrou a minha com toda a força do mundo, quando ficámos sós.Estavas lá.
Foi à tua mão dada, que me emocionei com o primeiro namoro.Foste a confidente das descobertas.
Foi mão na mão que enfrentámos sempre as agruras da vida.Como eles, sempre me deste força.
Foi a tua mão cansada de segurar o telefone horas intermináveis, só para me ouvires dizer o tamanho das saudades.De ti.
Foi a tua mão que se levantou para me recordar as asneiras que fiz.Com justiça.
Não posso agora , segurar-te a mão.Tratar de ti.Dizer-te mais uma vez que te adoro.
Foi um pensamento que inumeras vezes me despertou para esta realidade.Não estar disponivel para ti, no momento.Nunca me iria perdoar.Agora sei a dimensão.Nunca me irei perdoar.
Pediste-me, lágrimas não.Tristeza não se coaduna contigo.A ti devo parte da minha alegria e força de viver.Por ti também continuarei a ser a"menina" do sorriso.
Os ensinamentos que me deste como "mãe" vou passá-los.Prometo.
Sinto um nó, por saber que não vais ver a descendência.É sina , isto de me deixarem.
Sei para onde vais.Vou recordar-te sempre como tu querias .Com um enorme sorriso.
Com muito Amor.E como me disseste um dia,sempre que olhar o céu azul , saberei que alguém que muito me amou, vai proteger-me.
Amiga, "Mãe" .....................
Foi pela tua mão que soube da existência do mano.Não cabias em ti de feliz.Senti na tu mão.
Foi a tua mão que agarrou a minha com toda a força do mundo, quando ficámos sós.Estavas lá.
Foi à tua mão dada, que me emocionei com o primeiro namoro.Foste a confidente das descobertas.
Foi mão na mão que enfrentámos sempre as agruras da vida.Como eles, sempre me deste força.
Foi a tua mão cansada de segurar o telefone horas intermináveis, só para me ouvires dizer o tamanho das saudades.De ti.
Foi a tua mão que se levantou para me recordar as asneiras que fiz.Com justiça.
Não posso agora , segurar-te a mão.Tratar de ti.Dizer-te mais uma vez que te adoro.
Foi um pensamento que inumeras vezes me despertou para esta realidade.Não estar disponivel para ti, no momento.Nunca me iria perdoar.Agora sei a dimensão.Nunca me irei perdoar.
Pediste-me, lágrimas não.Tristeza não se coaduna contigo.A ti devo parte da minha alegria e força de viver.Por ti também continuarei a ser a"menina" do sorriso.
Os ensinamentos que me deste como "mãe" vou passá-los.Prometo.
Sinto um nó, por saber que não vais ver a descendência.É sina , isto de me deixarem.
Sei para onde vais.Vou recordar-te sempre como tu querias .Com um enorme sorriso.
Com muito Amor.E como me disseste um dia,sempre que olhar o céu azul , saberei que alguém que muito me amou, vai proteger-me.
Amiga, "Mãe" .....................
Thursday, April 27, 2006
Wednesday, April 26, 2006
Estar nas Nuvens
É assim que me sinto hoje, nas nuvens.A culpa foi de uma frase que me foi dirigida em tom ameaçador.E porque se sente alguem nas nuvens nesta situação? pelo desaforo da frase ou pelo tom em que foi dita? nem uma , nem outra, mas sim pelo conteúdo.Esse sim, foi um elogio que me encheu de brio, de orgulho.O remetente nem se deu conta que não me ameaçava, mas me elogiava com a sua insegurança.Questionei-o e chegou à conclusão que sou mais forte do que aparento.Saiu-se mal.Retrocedeu nas suas abordagens.Valeu a pena o "confronto".Ganhei-lhe em visão.Moral da história? os pequenos chegam onde chegam os grandes.
Não sei o que escrever hoje.
O dia no meu país é de festa.Festa pela conquista da Liberdade, dizem.
Mas há quem não esteja em festa hoje.No meu país.
Quem esteja triste , destroçado por aquelas perguntas que a Vida nos muda, quando já pensávamos saber todas as respostas.
Quem esteja inconformado com as alterações que não sabia antes irem acontecer.
Quem se sinta injustiçado pelo sofrimento infligido a quem amou e ama.
Quem olhe o dia lá fora e sinta desânimo.
Quem não entenda a realidade do momento presente.
Momentos duros e inesqueciveis,por certo viveu esse alguém hoje no meu país.
Alguém que não conheço, mas partilho o que sente.
Para ti um abraço sentido. Força
O dia no meu país é de festa.Festa pela conquista da Liberdade, dizem.
Mas há quem não esteja em festa hoje.No meu país.
Quem esteja triste , destroçado por aquelas perguntas que a Vida nos muda, quando já pensávamos saber todas as respostas.
Quem esteja inconformado com as alterações que não sabia antes irem acontecer.
Quem se sinta injustiçado pelo sofrimento infligido a quem amou e ama.
Quem olhe o dia lá fora e sinta desânimo.
Quem não entenda a realidade do momento presente.
Momentos duros e inesqueciveis,por certo viveu esse alguém hoje no meu país.
Alguém que não conheço, mas partilho o que sente.
Para ti um abraço sentido. Força
Monday, April 24, 2006
Sunday, April 23, 2006
Saturday, April 22, 2006
Queria
Queria compartilhar contigo os momentos
mais simples e sem importância.
Por exemplo:
sair contigo para passear,
sentir-te apoiado em meu braço,
ver-te feliz ao meu lado
alheio a todo mundo que passasse.
Gostaria de sair contigo para ouvir música,
ir ao cinema,
tomar sorvete,
sentar num restaurante
diante do mar,
olhar as coisas, olhar a vida, olhar o mundo
despreocupadamente,
e conversar sobre "nós" – esse "nós" clandestino
que se divide em "tu e eu"quando chega gente.
Encontrar alguém que perguntasse:
"Então, como vão vocês?"
E me chamasse pelo nome,
e te chamasse pelo nome
e juntasse assim nossos nomes, naturalmente,
na mesma preocupação.
Gostaria de poder de repente te dizer:
Vamos voltar pra casa...
( Como se felicidade pudesse ser uma coisa
a que tivéssemos direito como toda gente)
Queria partilhar contigo os momentos menores
da minha vida,
porque os grandes já são teus.
JG de Araujo Jorge
Friday, April 21, 2006
Dreams
I was thinking of us last night
And the times we shared
How good we were
But now we are apart
Yet we still have our
Dreams
For in our Dreams we are together
Holding hands on the beach
Talking all night under the silver moon
Kissing and holding each other tight
Dreams
For no matter the distance
Or the obstacle I will always belong to you
For we are meant for each other
not only in reality, but also in our
Dreams...
And the times we shared
How good we were
But now we are apart
Yet we still have our
Dreams
For in our Dreams we are together
Holding hands on the beach
Talking all night under the silver moon
Kissing and holding each other tight
Dreams
For no matter the distance
Or the obstacle I will always belong to you
For we are meant for each other
not only in reality, but also in our
Dreams...
Ideal
Procurar o nosso ideal de homem/mulher, é e será sempre a busca incessante da humanidade.O que buscamos afinal?Um conjunto de requisitos que nos foi imposto ao longo do tempo pela sociedade, como a perfeição num corpo musculado, ar saudável, sorriso impecável,profissão de destaque ,carro desportivo etc etc. Já na mulher, um corpo admirável, cheia de curvas, rosto de boneca,de preferência com pais ricos, ou com estabilidade monetária blá blá blá.
Se não encontramos, ficamos com o que se consegue. E somos felizes. Felizes até aparecer o tal ideal, ou o mais parecido. Aí, o que nos fêz felizes, passa a segundo plano até deixar de interessar. Nada mais resta. Porque foi só um aconchego, um dar geito.
E o nosso ideal?onde anda? porque o imaginamos assim e não nos limitamos a ser sinceros connosco, e procuramos só aquilo que realmente nos importa?
Um amigo, um amante, aquele que vai estar lá sem fazer perguntas quando nos sentimos menos bem, que nos olha com ternura mesmo quando não merecemos, que nos segura a mão nos momentos dificeis,que partilha o silêncio, que caminha ao nosso lado,não à frente, não atrás. Que se deixa amar sem restrições, que se deixa mimar, que vai ser chamado de pai.A beleza exterior vai passar, vai restar o sentimento partilhado, as conquistas a dois, a sabedoria de uma vida enriquecida com a apredizagem de altos,de baixos .
Por mim, nada procuro. A meu lado , na caminhada da Vida, só preciso de compreensão, carinho, atenção, amizade,e um sorriso que me desperte cada manhã como no primeiro dia.O resto terei de ser eu a completar. Seremos Felizes. A isto eu chamo Amor.
Se não encontramos, ficamos com o que se consegue. E somos felizes. Felizes até aparecer o tal ideal, ou o mais parecido. Aí, o que nos fêz felizes, passa a segundo plano até deixar de interessar. Nada mais resta. Porque foi só um aconchego, um dar geito.
E o nosso ideal?onde anda? porque o imaginamos assim e não nos limitamos a ser sinceros connosco, e procuramos só aquilo que realmente nos importa?
Um amigo, um amante, aquele que vai estar lá sem fazer perguntas quando nos sentimos menos bem, que nos olha com ternura mesmo quando não merecemos, que nos segura a mão nos momentos dificeis,que partilha o silêncio, que caminha ao nosso lado,não à frente, não atrás. Que se deixa amar sem restrições, que se deixa mimar, que vai ser chamado de pai.A beleza exterior vai passar, vai restar o sentimento partilhado, as conquistas a dois, a sabedoria de uma vida enriquecida com a apredizagem de altos,de baixos .
Por mim, nada procuro. A meu lado , na caminhada da Vida, só preciso de compreensão, carinho, atenção, amizade,e um sorriso que me desperte cada manhã como no primeiro dia.O resto terei de ser eu a completar. Seremos Felizes. A isto eu chamo Amor.
Wednesday, April 19, 2006
Momento de nostalgia...
Unforgettable, that's what you are
Unforgettable though near or far
Like a song of love that clings to me
How the thought of you does things to me
Never before has someone been more
Unforgettable in every way
And forever more, that's how you'll stay
That's why, darling, it's incredible
That someone so unforgettable
Thinks that I am unforgettable too
No never beforehas someone been more
Unforgettable in every way
And forever more, that's how you'll stay
That's why, darling, it's incredible
That someone so unforgettable
Thinks that I am unforgettable too
Unforgettable-Nat King Cole
Unforgettable though near or far
Like a song of love that clings to me
How the thought of you does things to me
Never before has someone been more
Unforgettable in every way
And forever more, that's how you'll stay
That's why, darling, it's incredible
That someone so unforgettable
Thinks that I am unforgettable too
No never beforehas someone been more
Unforgettable in every way
And forever more, that's how you'll stay
That's why, darling, it's incredible
That someone so unforgettable
Thinks that I am unforgettable too
Unforgettable-Nat King Cole
Tu és da terra
Eu sou uma menina do mar.
Chamo-me Menina do Mar e não tenho outro nome.
Não sei onde nasci. Um dia uma gaivota trouxe-me no bico para esta praia.
Pôs-me numa rocha na maré vazia e o polvo, o caranguejo e o peixe tomaram conta de mim. Vivemos os quatro numa gruta muito bonita.
O polvo arruma a casa, alisa a areia, vai buscar a comida. É de nós todos o que trabalha mais, porque tem muitos braços.
O caranguejo é o cozinheiro. Faz caldo verde com limos, sorvetes de espuma, e salada de algas, sopa de tartaruga, caviar e muitas outras receitas. É um grande cozinheiro.
Quando a comida está pronta o polvo põe a mesa. A toalha é uma alga branca e os pratos são conchas. Depois, à noite, o polvo faz a minha cama com algas muito verdes e muito macias.
Mas o costureira dos meus vestidos é o caranguejo. E é também o meu ourives: ele é que faz os meus colares de búzios, de corais e de pérolas.
O peixe não faz nada porque não tem mãos, nem braços com ventosas como o polvo, nem braços com tenazes como o caranguejo. Só tem barbatanas e as barbatanas servem só para nadar.
Mas é o meu melhor amigo. Como não tem braços nunca me põe de castigo. É com ele que eu brinco. Quando a maré está vazia brincamos nas rochas, quando está maré alta damos passeios no fundo do mar.
Tu nunca foste ao fundo do mar e não sabes como lá tudo é bonito. ...
Há florestas de algas, jardins de anémonas, prados de conchas. Há cavalos marinhos suspensos água com um ar espantado, como pontos de interrogação. Há flores que parecem animais e animais que parecem flores. Há grutas misteriosas, azuis-escuras, roxas, verdes e há planícies sem fim de areia branca, lisa.
Tu és da terra e se fosses ao fundo do mar morrias afogado.
Mas eu sou uma menina do mar. Posso respirar dentro da água como os peixes e posso respirar fora da água como os homens.
E posso passear pelo mar todo e fazer tudo quanto eu quero e ninguém me faz mal porque eu sou a bailarina da Grande Raia. E a Grande Raia é a dona destes mares. É enorme, tão grande que é capaz de engolir um barco com dez homens dentro. Tem cara de má e come homens e peixes e está sempre com fome. A mim não me come porque diz que eu sou pequena de mais e não sirvo para comer, só sirvo para dançar. E a Raia gosta muito de me ver dançar.
Quando ela dá uma festa convida os tubarões e as baleias e sentam-se todos no fundo do mar e eu danço em frente deles até de madrugada. E quando a Raia está triste ou mal disposta eu também tenho que dançar para a distrair.
Por isso sou a bailarina do mar e faço tudo quanto eu quero e todos gostam de mim.
Mas eu não gosto nada da Raia e tenho medo dela. Ela detesta os homens e também não gosta dos peixes. Até as baleias têm medo dela.
Mas eu posso andar à vontade no mar e ninguém me come e ninguém me faz mal porque eu sou a bailarina da Raia.
E agora que já contei a minha história leva-me outra vez para o pé dos meus amigos que devem estar aflitíssimos.
in A Menina do Mar, Sophia de Mello Breyner Andersen
Esta é a história que me fascinou .Será também a que primeiro contarei aos meus filhos.
Chamo-me Menina do Mar e não tenho outro nome.
Não sei onde nasci. Um dia uma gaivota trouxe-me no bico para esta praia.
Pôs-me numa rocha na maré vazia e o polvo, o caranguejo e o peixe tomaram conta de mim. Vivemos os quatro numa gruta muito bonita.
O polvo arruma a casa, alisa a areia, vai buscar a comida. É de nós todos o que trabalha mais, porque tem muitos braços.
O caranguejo é o cozinheiro. Faz caldo verde com limos, sorvetes de espuma, e salada de algas, sopa de tartaruga, caviar e muitas outras receitas. É um grande cozinheiro.
Quando a comida está pronta o polvo põe a mesa. A toalha é uma alga branca e os pratos são conchas. Depois, à noite, o polvo faz a minha cama com algas muito verdes e muito macias.
Mas o costureira dos meus vestidos é o caranguejo. E é também o meu ourives: ele é que faz os meus colares de búzios, de corais e de pérolas.
O peixe não faz nada porque não tem mãos, nem braços com ventosas como o polvo, nem braços com tenazes como o caranguejo. Só tem barbatanas e as barbatanas servem só para nadar.
Mas é o meu melhor amigo. Como não tem braços nunca me põe de castigo. É com ele que eu brinco. Quando a maré está vazia brincamos nas rochas, quando está maré alta damos passeios no fundo do mar.
Tu nunca foste ao fundo do mar e não sabes como lá tudo é bonito. ...
Há florestas de algas, jardins de anémonas, prados de conchas. Há cavalos marinhos suspensos água com um ar espantado, como pontos de interrogação. Há flores que parecem animais e animais que parecem flores. Há grutas misteriosas, azuis-escuras, roxas, verdes e há planícies sem fim de areia branca, lisa.
Tu és da terra e se fosses ao fundo do mar morrias afogado.
Mas eu sou uma menina do mar. Posso respirar dentro da água como os peixes e posso respirar fora da água como os homens.
E posso passear pelo mar todo e fazer tudo quanto eu quero e ninguém me faz mal porque eu sou a bailarina da Grande Raia. E a Grande Raia é a dona destes mares. É enorme, tão grande que é capaz de engolir um barco com dez homens dentro. Tem cara de má e come homens e peixes e está sempre com fome. A mim não me come porque diz que eu sou pequena de mais e não sirvo para comer, só sirvo para dançar. E a Raia gosta muito de me ver dançar.
Quando ela dá uma festa convida os tubarões e as baleias e sentam-se todos no fundo do mar e eu danço em frente deles até de madrugada. E quando a Raia está triste ou mal disposta eu também tenho que dançar para a distrair.
Por isso sou a bailarina do mar e faço tudo quanto eu quero e todos gostam de mim.
Mas eu não gosto nada da Raia e tenho medo dela. Ela detesta os homens e também não gosta dos peixes. Até as baleias têm medo dela.
Mas eu posso andar à vontade no mar e ninguém me come e ninguém me faz mal porque eu sou a bailarina da Raia.
E agora que já contei a minha história leva-me outra vez para o pé dos meus amigos que devem estar aflitíssimos.
in A Menina do Mar, Sophia de Mello Breyner Andersen
Esta é a história que me fascinou .Será também a que primeiro contarei aos meus filhos.
Tu sabes...
De todos os cantos do mundo
Amo com um Amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao Mar, ao vento e à Lua...
Sophia de Mello Breyner Andresen
Claro como Água
De repente as coisas ficam claras.Limpidas,como a água de alguns mares que sabemos ou que visitámos. De repente sabem de nós e não gostam.Tornamo-nos incómodos, ameaçadores e isso deixa-os inseguros. Inseguros do seu pequeno mundo. Da sua tacanhez. Das suas incapacidades. É a ameaça às suas certezas ainda que inseguras. Passamos de admirável pela descoberta, pela cusquice, à raiva contida de nos saberem melhores. E isso é um tremendo incómodo. Nas suas mentes limitadas, passamos a pessoa indesejável pelas cercanias. Alguém se incomoda com a nossa presença, quem sabe, até com a nossa existência. E somos um alvo a abater. A derrubar. Vale tudo. Menos dar a cara, menos a franqueza, menos o confronto verbal. Não , isso não, que os descobriamos. Saberiamos também da sua existência. De mediocres, de incapazes. De falta de bom senso para discernir a diferença entre nós e eles. Da falta de visão entre o bom e o mau. Entre a real ameaça e a simples comunicação .
É este o mundo em que vivemos.O da insegurança.Da inveja.Causa-me tristeza.
Mesmo assim, sejam felizes na vossa insignificância.
É este o mundo em que vivemos.O da insegurança.Da inveja.Causa-me tristeza.
Mesmo assim, sejam felizes na vossa insignificância.
Tuesday, April 18, 2006
Uma Vida Mais
No meio de um dia dito normal de trabalho, dos que me levam a sair de determinado perímetro,fui ver uma mulher que não se apresentava bem.Agonizava diziam-me.Larguei rápidamente a trajectória que me estava destinada e fiz menção de ser acompanhada ao sítio onde residia a tal mulher.Não era própriamente uma casa onde se respirasse tranquilidade.O medo estava instalado,nos olhares de quem me recebia, o que não seria normal.A intrusa era eu.
pedi que me levassem à mulher.Miudos à parte, obrigados a sair com voz imperativa, fiquei a sós com ela .Aproximou-se uma segunda mulher.Fez um gesto para que me fosse perceptivel com a sua linguagem, que logo entendi.Estava grávida.Seria visivel não fora os trajes que teimam em vestir mesmo no" aconchego do lar".Senti um calafrio.Estava preparada para todas as eventualidades, mas esta ainda não me tinha sido apresentada. Não era preocupação, era um misto de alegria com a emoção do momento. Depois de observar a mãe, e depois de administrados os cuidados , não me deu muita hipótese de a transportar ao hospital.A criança queria nascer e a mãe estava a salvo.
A alegria com o meu primeiro parto em situação adversa.Essa Vida seria a primeira que estaria nas minhas mãos sem uma mácula caso tudo corresse normalmente.Mulher , mãe de mais dois filhos, disseram-me, arranjou forças onde só as mães sabem e com lágrimas nos olhos escuros,ajudou a que mais uma alma viesse a este mundo.Neste caso ao seu mundo.Às suas amarguras, às suas guerras, aos seus desesperos.De mãe, de mulher. Nasceu uma rapariga.
Dei comigo com a vista turva, e nem me importei de mostrar as minhas fraquezas.Afinal também eu sou mulher, também serei mãe, também terei as preocupações, os medos, as angústias.Mas sei que nada se compara a esse milagre que é a maternidade.
Estou muito Feliz .
pedi que me levassem à mulher.Miudos à parte, obrigados a sair com voz imperativa, fiquei a sós com ela .Aproximou-se uma segunda mulher.Fez um gesto para que me fosse perceptivel com a sua linguagem, que logo entendi.Estava grávida.Seria visivel não fora os trajes que teimam em vestir mesmo no" aconchego do lar".Senti um calafrio.Estava preparada para todas as eventualidades, mas esta ainda não me tinha sido apresentada. Não era preocupação, era um misto de alegria com a emoção do momento. Depois de observar a mãe, e depois de administrados os cuidados , não me deu muita hipótese de a transportar ao hospital.A criança queria nascer e a mãe estava a salvo.
A alegria com o meu primeiro parto em situação adversa.Essa Vida seria a primeira que estaria nas minhas mãos sem uma mácula caso tudo corresse normalmente.Mulher , mãe de mais dois filhos, disseram-me, arranjou forças onde só as mães sabem e com lágrimas nos olhos escuros,ajudou a que mais uma alma viesse a este mundo.Neste caso ao seu mundo.Às suas amarguras, às suas guerras, aos seus desesperos.De mãe, de mulher. Nasceu uma rapariga.
Dei comigo com a vista turva, e nem me importei de mostrar as minhas fraquezas.Afinal também eu sou mulher, também serei mãe, também terei as preocupações, os medos, as angústias.Mas sei que nada se compara a esse milagre que é a maternidade.
Estou muito Feliz .
Monday, April 17, 2006
Why Not ?
Hoje enviaram-me esta foto. É uma longa história...why not?
Pode ser o nome de um bazar algures em Africa, o nome de uma embarcação, ou uma simples pergunta...Mas fez-me pensar.Pensar nas inúmeras vezes que estas duas palavras foram por mim pronunciadas.Umas vezes quase sem pensar nas consequências, outras proferidas à pessoa certa, no momento certo.
Porque não?...
Porque não deixarmo-nos amar? Porque não sermos livres? Porque nãotestarmos o nosso limite?Porque não conhecermo-nos melhor? Porque não arriscar? Porque não sermos felizes?Muitas das vezes a resposta é a mesma.. falta de tempo, adiar a oportunidade, não é o momento...
E porque não ... da próxima vez ?
Saturday, April 15, 2006
Friday, April 14, 2006
Coração de Leão
Hoje olhei no espelho , enquanto fazia uma trança, penteado adequado neste reboliço.
Faço-o diáriamente olhando sem ver os pormenores.Não da trança, mas da fisionomia que se vai alterando.
Mas hoje reparei.Aquela era eu.Expressão fechada, dura.Da dureza dos dias. Da ausência de um ombro amigo.Da solidão que aperta.
Depois, olhei no meio da camisa ainda aberta.E vi um coração minúsculo que pendia num fio que uso permanentemente no pescoço.Umas gramas de metal nobre que simbolizam mais que uma vida pouco mais curta que a minha.Sempre na sua companhia.Foi oferta . Retirou-o e deu-me .A nobreza do gesto, fez-me sorrir.
Fechei a camisa guardando o meu tesouro das vistas alheias e lá fui...
Onde quer que estejas ... Bem Hajas.
Faço-o diáriamente olhando sem ver os pormenores.Não da trança, mas da fisionomia que se vai alterando.
Mas hoje reparei.Aquela era eu.Expressão fechada, dura.Da dureza dos dias. Da ausência de um ombro amigo.Da solidão que aperta.
Depois, olhei no meio da camisa ainda aberta.E vi um coração minúsculo que pendia num fio que uso permanentemente no pescoço.Umas gramas de metal nobre que simbolizam mais que uma vida pouco mais curta que a minha.Sempre na sua companhia.Foi oferta . Retirou-o e deu-me .A nobreza do gesto, fez-me sorrir.
Fechei a camisa guardando o meu tesouro das vistas alheias e lá fui...
Onde quer que estejas ... Bem Hajas.
Thursday, April 13, 2006
Ser Naif
Todos somos , mais ou menos, sempre, quase sempre ou raras vezes.
Umas vezes dá-nos geito, outras é pura ingenuidade do momento, outras somos forçados a sê-lo.
Admito que as circunstâncias desse mesmo momento, nos atraiçoam e passamos a ser uma espécie em vias de extinção.Os palermas.Chamam-nos Naifs por cavalheirismo, por amizade.Mas não deixamos de ser os pacóvios que no nosso melhor, nos deixámos enganar.Ou não.E esta dúvida permanecerá para sempre nos outros.Os espertos.Os mais espertos.Os que nos nos tentaram enganar.
Mas será mesmo um engano? será que perceberam que não nos conseguem enganar,a nós os naifs? será que o móbil é esse mesmo, o engano, a traição, ou a intenção de vermos que sómente estão a tentar que cheguemos lá?
Prefiro pensar que a minha ingenuidade é fruto das certezas, aquelas que sempre soube e não de um momento de fragilidade em que me é mostrado as incertezas dos outros.
Quando os amigos pensam que nos atraiçoam , dá-se o inverso.Perguntamo-nos se foi mesmo isso que pensámos, ou desejámos mesmo ser enganados.
Em principio eu não traio os amigos.E foi-me dada a capacidade de perdoar.Sempre.
Umas vezes dá-nos geito, outras é pura ingenuidade do momento, outras somos forçados a sê-lo.
Admito que as circunstâncias desse mesmo momento, nos atraiçoam e passamos a ser uma espécie em vias de extinção.Os palermas.Chamam-nos Naifs por cavalheirismo, por amizade.Mas não deixamos de ser os pacóvios que no nosso melhor, nos deixámos enganar.Ou não.E esta dúvida permanecerá para sempre nos outros.Os espertos.Os mais espertos.Os que nos nos tentaram enganar.
Mas será mesmo um engano? será que perceberam que não nos conseguem enganar,a nós os naifs? será que o móbil é esse mesmo, o engano, a traição, ou a intenção de vermos que sómente estão a tentar que cheguemos lá?
Prefiro pensar que a minha ingenuidade é fruto das certezas, aquelas que sempre soube e não de um momento de fragilidade em que me é mostrado as incertezas dos outros.
Quando os amigos pensam que nos atraiçoam , dá-se o inverso.Perguntamo-nos se foi mesmo isso que pensámos, ou desejámos mesmo ser enganados.
Em principio eu não traio os amigos.E foi-me dada a capacidade de perdoar.Sempre.
Wednesday, April 12, 2006
Pequenos Nadas Grandes Momentos
Hoje , deveria ser um daqueles dias de lazer, talvez noutras paragens.Descansar deve ser a palavra mais apropriada neste caso.Mas não .Um par de horas de sono e já está.Sentimo-nos inuteis neste descanso obrigatório.Fui visitar alguem que faz tempo não via.Voltei feliz.Dever cumprido.Adivinhem...Ganhei um amigo de oito anos.Olhos enormes, sorriso traquina e meigo.
Um familiar traduz, mas nem sempre é preciso.Já temos um vocabulário muito nosso.Aquele do sorriso e dos gestos e das palavras baralhadas em dois idiomas.Claro que o Figo aparece sempre.Ficou feliz com o meu agrado, o pequeno.A camisola do Luis.Vai guardá-la religiosamente, seja ela diferente da nossa, não interessa.Aqui não se trata dessa religião, mas de outra.Football joga-se igual em qualquer nação.Lá ouvi um Obrigado na lingua de Camões.Fiquei contente pelos dois.Espero voltar um destes dias.E já tenho o meu abraço de hoje.
Um familiar traduz, mas nem sempre é preciso.Já temos um vocabulário muito nosso.Aquele do sorriso e dos gestos e das palavras baralhadas em dois idiomas.Claro que o Figo aparece sempre.Ficou feliz com o meu agrado, o pequeno.A camisola do Luis.Vai guardá-la religiosamente, seja ela diferente da nossa, não interessa.Aqui não se trata dessa religião, mas de outra.Football joga-se igual em qualquer nação.Lá ouvi um Obrigado na lingua de Camões.Fiquei contente pelos dois.Espero voltar um destes dias.E já tenho o meu abraço de hoje.
Tuesday, April 11, 2006
Morte Absoluta
Morrer.Morrer de corpo e alma.Completamente.
Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão — felizes! — num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.
Morrer sem deixar porventura uma alma errante…A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?
Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança duma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento.Em nenhuma epiderme.
Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: “Quem foi?...”
Morrer mais completamente ainda,
Sem deixar sequer esse nome.
Manuel Bandeira
Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão — felizes! — num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.
Morrer sem deixar porventura uma alma errante…A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?
Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança duma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento.Em nenhuma epiderme.
Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: “Quem foi?...”
Morrer mais completamente ainda,
Sem deixar sequer esse nome.
Manuel Bandeira
Monday, April 10, 2006
Smell
Quando voltei para casa senti um aroma que me era familiar.Canela.Transportou-me à minha infância.O arroz doce quente com canela.Senti saudades.Saudades de ser pequenina.De olharem por mim.A culpa foi da canela.
Smell is a potent wizard that transports you across thousands of miles and all the years you have lived........ Helen Keller
Smell is a potent wizard that transports you across thousands of miles and all the years you have lived........ Helen Keller
Um Abraço
Que bom sentir esse abraço , dado por gratidão, por ser a única coisa possuida,por quem naquele momento depende de nós.
Não.Não é esse o sentimento, que recebemos.O da gratidão.É mesmo Amor.Eu chamo-lhe assim.
Ternura no olhar, apreço pela nossa dedicação,vontade de expressar num só gesto, tudo que uma vida encerra.Sofrimento.Também se sente nesse abraço.Mas o Amor é maior.Não há palavras,nem traduções para o Amor.É universal.
São estes momentos superiores que nos movem a ficar longe de tudo que amamos.
Mas nem sempre há abraços e nos dias piores, os das perdas, onde o abraço não chegou,sentimos culpa.Apetece-nos gritar.Não o fazemos,porque não funcionamos assim.Somos os fortes, ou deveriamos ser mais racionais e menos passionais.É aí que reside a frieza destes momentos .
Estar só e sem aquele abraço.
Mas a vida segue cada dia e a procura de um novo abraço.
Não.Não é esse o sentimento, que recebemos.O da gratidão.É mesmo Amor.Eu chamo-lhe assim.
Ternura no olhar, apreço pela nossa dedicação,vontade de expressar num só gesto, tudo que uma vida encerra.Sofrimento.Também se sente nesse abraço.Mas o Amor é maior.Não há palavras,nem traduções para o Amor.É universal.
São estes momentos superiores que nos movem a ficar longe de tudo que amamos.
Mas nem sempre há abraços e nos dias piores, os das perdas, onde o abraço não chegou,sentimos culpa.Apetece-nos gritar.Não o fazemos,porque não funcionamos assim.Somos os fortes, ou deveriamos ser mais racionais e menos passionais.É aí que reside a frieza destes momentos .
Estar só e sem aquele abraço.
Mas a vida segue cada dia e a procura de um novo abraço.
Sunday, April 09, 2006
Feliz Cumpleaños
Mais uma noite complicada.O sono não chegou e os pensamentos avolumaram-se.Não é fácil .
A insónia instalou-se depois da descoberta.Saltei da cama.Tinha esquecido o seu aniversário.Impossivel.Eu não esqueço datas. Foi dia 4 de Abril.Imperdoável.
Agora sei, o sonho. Não consegui chegar-lhe. porquê?
Teria gostado de ouvir...feliz cumpleaños...
A insónia instalou-se depois da descoberta.Saltei da cama.Tinha esquecido o seu aniversário.Impossivel.Eu não esqueço datas. Foi dia 4 de Abril.Imperdoável.
Agora sei, o sonho. Não consegui chegar-lhe. porquê?
Teria gostado de ouvir...feliz cumpleaños...
Saturday, April 08, 2006
Friday, April 07, 2006
Ideias sobre Ideais
Devido aos acontecimentos de hoje, recebi uma chamada de um amigo que já partilhou maus dias comigo.
Está no Nepal, onde a situação também não é muito melhor.Trocámos impressões, e a conclusão é a mesma, ninguem se entende.Todos lutam por ideais, sejam politicos, sociais, ou religiosos.
De politica não sou perita o suficiente para discutir, de religião, oponho-me terminantemente a comentar, e sociais, só comento o que entendo, no país onde vivo.
Mas há os outros ideais.Aqueles que só uns quantos entendem e defendem.Aqueles a que nos vamos habituando, sem perceber, sem sentir.
Esses são os que levam à guerra civil.Por vezes são fomentados pelo exterior.
Mata-se, morre-se em nome de nada.Nada justifica a morte.Essa que evitamos e que defendemos com elevados custos, materiais e humanos.E continua-se a matar, em nome da democracia, que não vai chegar nunca.Em nome de ideais.
Todos os dias verifico a desvalorização da vida humana.A globalização ajuda.Vejo rostos que buscam jornalistas, fotógrafos e reporteres.É preciso ser visto pelo mundo.Não importa como, mas é preciso.Alguem se regozija ao visualizar.Mas está longe.E fomenta.Não sente o cheiro do sangue, não vê corpos despedaçados.Assiste de plateia .A guerra é assim.
Os que no terreno tocam, cheiram e olham, opoem-se sempre.Os que passam horas sem dormir, para cumprir um ideal,salvar vidas, revoltam-se.Sentem-se impotentes perante tanto desgaste fisico e psicológico.Torna-se rotina, mas muito cruel.Não se entende.Não se defende.Não se partilha o mesmo ideal.São estranhos , num país estranho, a tentar ajudar sem conseguir ver um fim.
Só os olhos das crianças dão ânimo.Só eles podem mudar este estado de descontrolo.Talvez a geração que hoje prova sabores ocidentais com um sorriso de agradecimento, mude os tais ideais.
Talvez queiram viver.Talvez recordem, talvez se adaptem ao cheirinho vindo do exterior .Talvez digam BASTA!!!
Está no Nepal, onde a situação também não é muito melhor.Trocámos impressões, e a conclusão é a mesma, ninguem se entende.Todos lutam por ideais, sejam politicos, sociais, ou religiosos.
De politica não sou perita o suficiente para discutir, de religião, oponho-me terminantemente a comentar, e sociais, só comento o que entendo, no país onde vivo.
Mas há os outros ideais.Aqueles que só uns quantos entendem e defendem.Aqueles a que nos vamos habituando, sem perceber, sem sentir.
Esses são os que levam à guerra civil.Por vezes são fomentados pelo exterior.
Mata-se, morre-se em nome de nada.Nada justifica a morte.Essa que evitamos e que defendemos com elevados custos, materiais e humanos.E continua-se a matar, em nome da democracia, que não vai chegar nunca.Em nome de ideais.
Todos os dias verifico a desvalorização da vida humana.A globalização ajuda.Vejo rostos que buscam jornalistas, fotógrafos e reporteres.É preciso ser visto pelo mundo.Não importa como, mas é preciso.Alguem se regozija ao visualizar.Mas está longe.E fomenta.Não sente o cheiro do sangue, não vê corpos despedaçados.Assiste de plateia .A guerra é assim.
Os que no terreno tocam, cheiram e olham, opoem-se sempre.Os que passam horas sem dormir, para cumprir um ideal,salvar vidas, revoltam-se.Sentem-se impotentes perante tanto desgaste fisico e psicológico.Torna-se rotina, mas muito cruel.Não se entende.Não se defende.Não se partilha o mesmo ideal.São estranhos , num país estranho, a tentar ajudar sem conseguir ver um fim.
Só os olhos das crianças dão ânimo.Só eles podem mudar este estado de descontrolo.Talvez a geração que hoje prova sabores ocidentais com um sorriso de agradecimento, mude os tais ideais.
Talvez queiram viver.Talvez recordem, talvez se adaptem ao cheirinho vindo do exterior .Talvez digam BASTA!!!
Wednesday, April 05, 2006
Tudo e Nada
Tive um sonho a noite passada.Tenho sempre, mas este apeteceu-me partilhar.
Estava no cimo de uma qualquer montanha.Dessas que fazem as realidades dos Garcias.
Estava sentada, vislumbrando o que seria possivel, devido à altitude.
Sentia-me serena.
Havia verde acastanhado, branco, talvez da neve que a cobria.Não tinha frio como seria natural, mas nisto do mundo dos sonhos, a mente troca-nos as voltas e muda o guião.Então, sentia uma brisa morna e agradável, talvez o calor da cama, estava naquele estado de paz que todos alguma vez já sentimos e que em nada se assemelha ao que dizemos diáriamente -estou bem.Já sentiram? sabem ao que me refiro? sentimo-nos leves, ternos, agradáveis, doces, embalados por alguma fada que nos presenteou esse momento único.Pois era assim que olhava o azul do céu, ali tão perto que o podia tocar .Era só eu querer.
Extasiada com tão sublime visão, apurei o olhar para um pontinho mais difuso,estava longe, dificil de distinguir.A calma deu lugar a excitação do saber, do conhecimento.E lá veio outra vez o lado indecifrável do sonho.Era uma pessoa.Agora podia vê-la melhor, aguçando a vista.Quem seria? ali não podia haver ninguém.Nem eu.A altitude a que me encontrava tornava o ar insustentável para nos passearmos com aquele ar de ida ao campo contemplar as flores na primavera.Mas afinal eu estava a vê-lo.Era homem.Ou assim aparentava.
A distancia era enorme entre nós, o que tornava impossivel visualizar alguém, mas nos sonhos, tudo se torna possivel.E virou-se.E olhou-me.E sorriu.Fiquei feliz .
Tão longe da civilização e encontrei-o logo ali.Isto é nos sonhos, claro.Onde tudo se torna possivel.
Tentei alcançá-lo.Impossivel.
Estava mesmo ali, à distância de um braço e no entanto tão longe.Queria tanto falar-lhe, dizer-lhe da minha experiência, de como me sentia bem.Ser ouvinte da sua.
O sorriso deu lugar à angustia da impotência.Nem trocámos uma palavra.
Foi perceptivel o seu pensamento.Será , uma outra vez.Eu sei que sim.
Raio dos sonhos.Nem sempre se torna tudo possivel.
Estava no cimo de uma qualquer montanha.Dessas que fazem as realidades dos Garcias.
Estava sentada, vislumbrando o que seria possivel, devido à altitude.
Sentia-me serena.
Havia verde acastanhado, branco, talvez da neve que a cobria.Não tinha frio como seria natural, mas nisto do mundo dos sonhos, a mente troca-nos as voltas e muda o guião.Então, sentia uma brisa morna e agradável, talvez o calor da cama, estava naquele estado de paz que todos alguma vez já sentimos e que em nada se assemelha ao que dizemos diáriamente -estou bem.Já sentiram? sabem ao que me refiro? sentimo-nos leves, ternos, agradáveis, doces, embalados por alguma fada que nos presenteou esse momento único.Pois era assim que olhava o azul do céu, ali tão perto que o podia tocar .Era só eu querer.
Extasiada com tão sublime visão, apurei o olhar para um pontinho mais difuso,estava longe, dificil de distinguir.A calma deu lugar a excitação do saber, do conhecimento.E lá veio outra vez o lado indecifrável do sonho.Era uma pessoa.Agora podia vê-la melhor, aguçando a vista.Quem seria? ali não podia haver ninguém.Nem eu.A altitude a que me encontrava tornava o ar insustentável para nos passearmos com aquele ar de ida ao campo contemplar as flores na primavera.Mas afinal eu estava a vê-lo.Era homem.Ou assim aparentava.
A distancia era enorme entre nós, o que tornava impossivel visualizar alguém, mas nos sonhos, tudo se torna possivel.E virou-se.E olhou-me.E sorriu.Fiquei feliz .
Tão longe da civilização e encontrei-o logo ali.Isto é nos sonhos, claro.Onde tudo se torna possivel.
Tentei alcançá-lo.Impossivel.
Estava mesmo ali, à distância de um braço e no entanto tão longe.Queria tanto falar-lhe, dizer-lhe da minha experiência, de como me sentia bem.Ser ouvinte da sua.
O sorriso deu lugar à angustia da impotência.Nem trocámos uma palavra.
Foi perceptivel o seu pensamento.Será , uma outra vez.Eu sei que sim.
Raio dos sonhos.Nem sempre se torna tudo possivel.